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Crise da seca afeta 358 terras indígenas na Amazônia Legal em 2024




Em julho de 2024, a seca afetou 358 dos 388 territórios indígenas na Amazônia Legal, representando uma crise significativa, já que nove em cada dez terras foram impactadas. Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que a situação se deteriorou em relação ao ano anterior, quando 260 terras indígenas enfrentaram problemas semelhantes. A gravidade da seca é evidenciada pelo fato de que 17 terras indígenas foram classificadas como em seca extrema, enquanto 53,6% das áreas, totalizando 192, enfrentaram seca severa. O estado do Amazonas é o mais afetado, com 146 terras indígenas impactadas. Um exemplo notável é a Terra Indígena Cacau do Tarauacá, que passou de uma condição normal em julho de 2023 para seca extrema em 2024. Os habitantes da TI Cacau do Tarauacá estão enfrentando sérias dificuldades para se deslocar e garantir a alimentação, uma vez que a seca comprometeu tanto a navegação quanto a pesca. Para mitigar os efeitos da crise, a Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam) está buscando adquirir alimentos de locais que não estão em seca extrema.

A situação é ainda mais alarmante, pois 2.800 aldeias na Amazônia Legal estão sem acesso à água potável. O Distrito Especial Indígena Alto Rio Solimões é o que apresenta o pior nível de abastecimento no Brasil. A escassez de água e alimentos tem gerado desafios imensos para as comunidades indígenas, que lutam para sobreviver em meio a essa crise. Os especialistas apontam que o fenômeno El Niño e a diminuição das chuvas são fatores que contribuíram para a severidade da seca. Com isso, há um alerta sobre a possibilidade de que a situação se agrave ainda mais nos próximos meses. Em resposta a essa crise, o governo federal está elaborando um plano nacional de adaptação climática, que incluirá um setor específico voltado para os povos indígenas, com previsão de apresentação em 2025.

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